quinta-feira, 16 de setembro de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PURIM 5770



Parashat Tetsavê – Purim - 5770

Uma frase para pensar

“Quando uma pessoa faz uma pergunta tola, parece pouco inteligente por um minuto, quando não faz uma pergunta pode se tornar assim por muito tempo.”


UM PENSAMENTO PARA ENTENDER:

“Chegará logo um momento, muito próximo, quando veremos milagres tão grandes, que as dez pragas e a abertura do Mar Vermelho parecerão comuns como a própria natureza. Tão grandes que nenhuma mente pode imaginar; tão poderosos, que transformarão a própria estrutura do mundo, o elevando num modo que as maravilhas do Êxodo do Egito nunca conseguiu.

Pois então, nossos olhos se abrirão e terão o poder de ver o maior de todos os milagres: Aqueles que acontecem conosco agora, debaixo de nossos narizes, todos os dias.”


UMA HISTÓRIA PARA VIVER:

Temos o costume de dar Tsedacá antes de Purim, em lembrança à mitsvá de dar “Machatsit HaShekel” (uma moeda de meio shekel*). Essa moeda de “Machatsit HaShekel” era dada por cada judeu na época do Beit Hamikdash para comprar os animais que seriam usados no sacrifício diário de manhã e antes do anoitecer durante o ano.



O Ktav Sofer, Rabino Avraham Binyamin Schreiber (1815-1875) estava eufórico. Ele dedicou muito do seu tempo e energia nos últimos anos na luta para proteger a vida tradicional judaica e agora a decisão do governo era finalmente oficial: As comunidades religiosas judaicas tinham o direito de ter seu próprio sistema de educação, sancionado por lei.

Sentindo um alivio e alegria sem limites, ele decidiu patrocinar uma enorme celebração de agradecimento, para a qual convidou os rabinos lideres, estudiosos da Torá e lideres das comunidades do Império Austro-Húngaro, todos aqueles que participaram e se beneficiariam com a luta que foi finalmente vencida.

Provavelmente nunca houve um encontro comparável com esse em Pressburg por toda a sua história gloriosa de grande centro de estudos e erudição do Judaísmo. Aquela noite ficou repleta de novas e inspiradoras interpretações da Torá enquanto cada Rabino importante, um atrás do outro, fazia um discurso. As horas passaram despercebidas. A comida e a bebida tornaram-se secundárias, devido ao alto nível daquela assembléia especial.

A animação e empolgação do grupo foram crescendo até que no seu apogeu, Ktav Sofer se levantou e começou a falar com muito entusiasmo. Sem preâmbulos, ele anunciou que em honra àquela ocasião especial queria compartilhar algo único e especial com todos. Era quase possível tocar o suspense no ar, de tão visível que estava. Não só era algo que eles nunca tinham visto, como era algo que nunca sequer imaginariam que fossem ver um dia.

Com todos os olhos e ouvidos focados sem parar no Ktav Sofer, ele tirou sua carteira do bolso e retirou de dentro dela um pequeno objeto embrulhado num pano de seda. Quando ele cuidadosamente removeu a cobertura, todos puderam ver uma moeda de prata pequena e antiga.

“Cavalheiros”, ele disse, “meus professores, mentores, e companheiros. Os senhores estão olhando para uma moeda de “Machatsit HaShekel” genuína. Moedas como essa eram doadas ao Templo Sagrado dois mil anos atrás para todos os vários propósitos sagrados que os senhores conhecem. Eu a herdei de meu sagrado pai, de abençoada memória; ela foi uma propriedade secreta e altamente valorizada de nossa família por muitas gerações. Não acredito que haja alguma outra moeda como essa em todo o mundo atualmente. Nunca pensei em mostrá-la me público até essa noite.”

Todos os ouvintes olharam maravilhados e paralisados. Uma moeda de meio-shekel de verdade da época do Templo Sagrado estava na sua frente e poderiam tocar nela! Todos queriam examiná-la de perto, senti-la, tocá-la. A moeda passou de mão em mão. Discussões calorosas surgiram e preencheram todo o salão: sobre seu peso, formato, a maneira em que era usada. O volume das vozes aumentou e cresceu.

De repente, uma voz penetrou a massa de discussões rabínicas. Um rabino que estava esperando sua vez de ver de perto a moeda, perguntou onde ela estava. Ninguém conseguiu respondê-lo. A moeda havia desaparecido!

Todos começaram a procurar freneticamente. Eles se jogaram e procuraram no chão e também embaixo de cada comida e recipiente que permaneceu na mesa. A moeda, de valor inestimável, não podia ser encontrada em nenhum lugar. Um silêncio fúnebre baixou no salão e todos os olhos se voltaram para o anfitrião. O Ktav Sofer estava visivelmente aborrecido, seu rosto estava pálido como a neve, ao ter perdido a moeda única e especial que havia sido prezada e cuidada por sua família por muitas gerações.

Ele se levantou, girou seu olhar para cada um e um dos presentes e lhes falou. “Cavalheiros, D’us me livre de pensarem que estou suspeitando que alguma das pessoas honradas que estão presentes nesse salão cometeu uma transgressão explicita da Torá. No entanto, ficamos tão entretidos na análise da moeda de meio-shekel e sua importância que pode ter acontecido que por erro alguém tenha misturado essa moeda com uma moeda de seu bolso sem querer e as tenha guardado juntas sem querer. Não temos outra escolha: com todo o devido respeito, devo pedir que cada um de vocês esvazie seus bolsos, carteiras, e pastas para que possamos determinar se aconteceu algum acidente desse tipo.”

Todos concordaram rapidamente. Eles entenderam a delicadeza da situação. Mas então uma voz foi ouvida de um dos cantos do salão. Eram um dos mais velhos e mais respeitados estudiosos da Torá presentes naquele salão. Ele tinha sido um líder rabínico importante na Hungria por mais de quarenta anos. “Oponho-me a esse tipo de busca,” ele falou, “é melhor esperar uns quinze minutos e talvez nesse intervalo a moeda reaparecerá.”

O Ktav Sofer tinha muito respeito por esse sábio venerável. Ele concordou com a sugestão. Os quinze minutos passaram, com uma tensão notável, mas sem nenhuma pista sobre a moeda.

“Muito bem,” falou o Ktav Sofer, “vamos esvaziar nossos bolsos na frente um do outro, como já havíamos todos concordado.”

Para surpresa de todos o rabino ancião novamente se opôs e pediu um adiamento de mais quinze minutos. O Ktav Sofer mais uma vez concordou, então novamente todos sentaram-se impacientes, esperando pela segunda vez o tempo passar. A tensão aumentou, tornando-se palpável. Muitos dos convidados olhavam furiosamente para o velho rabino que havia causado esses atrasos, suspeitando que ele haveria na realidade embolsado a moeda e tinha pedido mais tempo para pensar num meio de devolver a moeda sem ser detectado.

Finalmente o tempo acabou novamente. Assim como antes, não havia sinal da moeda. O Ktav Sofer se levantou novamente. Podia-se ouvir tristeza e impaciência em sua voz. “Cavalheiros, tenho o maior respeito pelo ilustre e venerável colega. Mas não podemos mais adiar, a busca precisa ser iniciada.”

Mesmo que todos estivessem mais ou menos esperando por isso, todos ficaram impressionados quando novamente o velho sábio se levantou novamente para interromper o processo. Dessa vez sua voz tremia, e lágrimas rolavam por suas bochechas, enquanto se dirigia ao Ktav Sofer. “Por favor, Rebe, lembre o grande amor que seu pai, de abençoada memória, e eu tínhamos um pelo outro, e espere ainda mais quinze minutos. Se a moeda não aparecer então, concordo que o senhor faça como achar melhor.”

O Ktav Sofer hesitou por um instante, então assentiu com a cabeça. A tensão no salão aumentou novamente. O velho rabino ficou de pé no canto do salão, seus lábios se movendo rapidamente numa oração particular e silenciosa. O Ktav Sofer se sentou na outra ponta do salão, com sua face extremamente pálida e marcada pela preocupação. Parecia que ele desmaiaria a qualquer segundo. Os convidados aguardavam impacientemente a nova rodada de eventos. Muitos esperavam que o velho rabino confessasse seu roubo.

De repente, todos os olhos se viraram para a porta. Passos apressados podiam ser ouvidos no vestíbulo que dava no grande salão onde todos estavam sentados agora. A porta se abriu num estrondo e o assistente do Ktav Sofer entrou e exclamou. “Boas notícias! A moeda foi achada.”

A multidão emocionada correu na direção do assistente. Cada um queria verificar a presença da moeda de meio-shekel com seus próprios olhos. A tensão espessa se dissolveu instantaneamente. Ao invés, vozes proclamavam em alto volume: “Graças a D’us.” “Baruch HaShem!” E assim por diante. Acima de todo o barulho, pôde-se ouvir a voz retumbante do Ktav Sofer, pedindo para seu assistente contar para todos como conseguiu achar a moeda preciosa. A multidão ficou em silêncio. Todos se voltaram para o assistente, ansiosos para saber sua resposta.

Ele sorriu. “Quando vi que todos estavam tão profundamente envolvidos na discussão sobre a moeda de meio-shekel, decidi usar essa oportunidade para começar a limpar as mesas. Retirei os pratos, copos e talheres e depois removi todas as toalhas das mesas e as despejei na lata de lixo para tirar todas as migalhas e pequenos restos de comida. Quando ouvi que a moeda havia sumido, me preocupei achando que ela pudesse ter ficado em cima de uma das mesas e que eu inadvertidamente a tivesse jogado junto com as migalhas e comidas dentro da lata de lixo.

Fui até lá e comecei a remexer todo o lixo numa verdadeira montanha de refugos. Finalmente, algo brilhante chamou minha atenção. Aqui está o tesouro que encontrei no lixo.” Ele falou, enquanto entregava seu precioso achado ao seu dono.

Calmamente a multidão se aquietou e a ordem foi restaurada. A maior parte dos convidados voltou para seu lugar. Então o velho sábio pediu permissão para falar. Todos se viraram para ele ansiosos, percebendo que agora não tinham a menor idéia porque ele agiu daquele modo, pedindo insistentemente para o Ktav Sofer adiar a busca repetidamente.

“Meus queridos amigos,” ele começou, “tenho certeza que todos esperam uma explicação para meus três pedidos de adiamento da busca. Imagino que acharão a história fantástica. Vejam bem, assim como nosso estimado anfitrião, eu também tenho em minha posse uma moeda de meio-shekel genuína do tempo do Beit Hamikdash! Ela também foi passada de geração em geração na minha família, assim como na sua. Hoje, em honra ao momento festivo de nossa assembléia, decidi vos surpreender mostrando minha moeda preciosa. Mas então nosso ilustre anfitrião e Diretor da Yeshivah, me antecipou e mostrou sua moeda, junto com a observação que seria a única no mundo. Não quis enfraquecer a força de sua apresentação, então deixei minha moeda no meu bolso.

Agora imaginem, honrados colegas, se essa busca tivesse sido conduzida conforme as instruções de nosso nobre anfitrião. A moeda no meu bolso seria imediatamente identificada, e certamente todos suspeitariam, ou melhor, teriam certeza que eu tivesse roubado sua moeda. Por isso tentei ao máximo adiar esse processo, rezando o tempo todo que pelo mérito do grande Chatam Sofer de abençoada memória, eu não tivesse que passar por tamanha vergonha e embaraço. Graças a D’us minhas preces foram aceitas.”

Concluindo suas palavras, o sábio venerável pegou sua moeda de meio-shekel de seu bolso, e passou para toda a audiência encantada e hipnotizada por essa história impressionante. Todos ficaram surpresos ao notar que era uma moeda gêmea idêntica a que pertencia ao Ktav Sofer.

Antes de começar as bênçãos finais de agradecimento, o Ktav Sofer se levantou para falar uma última vez. Novamente suas palavras surpreenderam os ouvintes.

“Cavalheiros, realmente acredito que o verdadeiro propósito de nossa grande assembléia tenha sido para que tenhamos uma verdadeira compreensão do significado da Mishná: “Julgue cada pessoa favoravelmente” (Avot 1:6). Se a busca tivesse sido conduzida e a moeda descoberta no bolso de nosso venerável colega, será que haveria alguém aqui no salão que poderia dizer honestamente que não presumiria que ele houvesse roubado a minha moeda – principalmente depois que vos influenciei dizendo que não havia outra igual no mundo?

Não, esse ensinamento não é apenas palavras como parece. Isso é a Providência Divina dos eventos inesquecíveis dessa festa de agradecimento.”

*Costumamos dar 3 moedas da metade do valor da moeda local [geralmente uma moeda de ½ dólar que tem o valor de “meio” dólar e não 50 centavos (como no caso da moeda brasileira)].

Devemos dar o valor relativo a essas 3 moedas antes da oração de Minchá do Jejum de Ester (nesse ano será na próxima quinta-feira de tarde – 25/fev/10)

COM OS MELHORES DESEJOS PARA UM CHAG SAMEACH, UMA SEMANA MUITO BOA, SAUDÁVEL E PRÓSPERA, E SHABAT SHALOM!




LEIS E COSTUMES PARA OBSERVAR

Purim começa no Sábado à noite (27 de Fevereiro) e segue durante todo o Domingo (28 de Fevereiro).

O jejum de Ester é durante a quinta-feira de dia, 25 de Fevereiro. A Meguilá conta que antes da Rainha Ester se aproximar do Rei para pedir pelo seu povo, ela jejuou junto com os judeus que viviam na capital Shushan.

As Mitsvot de Purim são as seguintes:
1) Ouvir a leitura da Meguilá na sinagoga, 2 vezes (Sábado a noite - 27 de Fevereiro e Domingo de dia - 28 de Fevereiro)
2) Falar "Al HaNissim" na reza da Amidá e no Bircat Hamazon, agradecendo a D'us pelo grande milagre de Purim
3) No Domingo, de dia (28 de Fevereiro) nós cumprimos a mitsvá de "Mishloach Manot," mandando 1 presente com 2 alimentos casher, prontos para comer, para 1 amigo(a). Como exemplo, pode ser uma combinação de refrigerante, fruta, biscoito casher, etc.
4) "Matanot LaEvyonim" - dar Tsedaká (caridade-justiça) para pelo menos 2 pobres, no Domingo de dia (28 de Fevereiro). Pode-se dar a contribuição na sinagoga que distribuirá depois para os pobres.
5) Comer uma Seudat Purim - uma refeição festiva, no Domingo, de dia (28 de Fevereiro), para celebrar o milagre.

Pergunta: Por que a Meguilá é chamada de "Meguilat Estér" - e não "Meguilat Mordechai"?
Resposta: A vida da Ester não estava em perigo com o decreto do Rei, pois, seguindo instruções de Mordechai, ela não revelou a sua identidade judaica para o Rei. No entanto, Ester arriscou a sua vida para pedir pelo seu povo. Como foi ela quem arriscou a sua vida, a Meguilá recebe o seu nome. Além disso, os nossos sábios contam que a palavra "Ester" vem da palavra "Astir", que quer dizer "Eu esconderei". E o milagre de Purim foi um "milagre escondido", pois ele aconteceu por intermédio da Rainha Ester e, portanto, pareceu ser resultado da ordem natural dos eventos em vez de ser um milagre Divino.




A PARASHÁ DA SEMANA EM ALGUMAS LINHAS

Parashat Tetsavê

D’us diz a Moshé para ordenar ao povo judeu o fornecimento de azeite de oliva puro para o acendimento da Menorá do Mishcan. Ele também diz a Moshé para organizar a confecção das vestimentas sacerdotais. Depois, Moshé deve consagrar Aharon HaCohen e seus filhos numa cerimônia de sete dias. D’us ordena que carneiros sejam oferecidos no altar do Mishcan e que seja construído um altar para a queima de incensos no interior do Tabernáculo.

MASHIACH PARA NOS REDIMIR

“Todo judeu acredita na vinda do Mashiach, e está num estado de “espero por sua vinda todo dia.” Mas um judeu precisa saber que não é suficiente decidir para si mesmo que ‘espero por ele’, significando que espera e deseja que acorde na manhã seguinte e veja que Mashiach está aqui. Isso é bom, mas não o leva à ação, e a ‘ação é o principal’. Um judeu precisa saber que quando vai dormir de noite, deve ser de um jeito que quando acorde na manhã seguinte e veja Mashiach de pé na frente dele no seu quarto, ele mesmo esteja num estado apropriado para saudar o Mashiach!”

(Lubavitcher Rebe, 13 Nissan 5741 - 1981)

Horário de acendimento das velas de Shabat:

(dia 26/fev/2010 - 12 Adar - 5770) JÁ ACABOU O HORÁRIO DE VERÃO NO BRASIL


Acenda as velas somente antes do horário indicado. Coloque as mãos na frente dos olhos e fale a seguinte benção:



- BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊ-NU MELECH HAOLÁM, ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTAV, VETSIVÁNU LEHADLIC NER SHEL SHABAT KODESH

No Rio de Janeiro: 18:05Hs e em S. Paulo: 18:20Hs; JERUSALEM: 16:54Hs TEL AVIV: 17:14Hs

Horário de acendimento das velas em 26 de Fevereiro de 2010 - 12 Adar 5770: 18:20Hs

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A divisão da Palestina .


Conflitos entre árabes e israelenses
A divisão da Palestina


Conflitos entre árabes e palestinos
vêm de longa data

Os conflitos entre árabes e israelenses, como o mundo os vê hoje, começaram com a I Guerra Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilômetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio da Inglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista.

Em sessão plenária da Assembléia Geral das Nações Unidas - então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha - em 29 de novembro de 1947, foi aprovada, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Sovietica e Estados Unidos.

À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus. Pelo projeto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes.

No ano seguinte, chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que as tropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimento do novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilômetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egito (ocupou a Faixa de Gaza).

A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e israelenses: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foram os choques na fronteira Egito/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egito e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e União Soviética fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU - o exército brasileiro tomou parte desta força.

A criação da OLP

O conflito árabe-israelense piorou com a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, em 1964. Com o objetivo de fundar um Estado palestino, a OLP iniciou uma ação de guerrilha contra Israel para retomar os seus territórios ocupados. Em 1967, com a retirada das tropas da ONU da fronteira Egito/Israel, teve início a Terceira Guerra Árabe-Israelense, conhecida como Guerra dos Seis Dias. Mais uma vez, Israel saiu vitoriosa sobre os países árabes (Egito, Síria e Jordânia) e ocupou a faixa de Gaza, a península do Sinai (do Egito), as planícies de Golan (da Síria) e a Cisjordânia (da Jordânia). O êxodo palestino aumentou com mais essa conquista de Israel e alcançou, em 1968, 1 milhão e 600 mil refugiados.

Em 1973, Egito e Síria realizaram um ataque simultâneo contra Israel na data religiosa conhecida como Dia do Perdão (Yom Kippur para os judeus e Ramadã para os árabes). Os árabes reconquistaram a margem oriental do Canal de Suez. A Guerra do Yom Kippur (ou Ramadã), como ficou conhecida a Quarta Guerra Árabe-Israelense terminou com uma intervenção dos Estados Unidos. Em 1979, Egito e Israel estabeleceram um acordo de paz. Mas a violência na área seguiu entre OLP e Israel. Vários grupos israelenses e palestinos praticaram atentados contra seus "inimigos". Muita gente inocente morreu.

Em 1993, após seis meses de negociações, Israel e a OLP chegaram a um primeiro acordo, a princípio sobre uma autonomia palestina transitória. Foi nos EUA que ocorreu o histórico aperto de mãos entre o primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin e o chefe da OLP, Yasser Arafat. Em 1995, Itzhak Rabin foi assassinado por um direitista judeu indignado com o acordo com os palestinos. Com a posse de Benjamin Netanyahu como líder de Israel as negociações esfriaram e a violência retornou com mais força. No dia 12 de julho de 2000 iniciou-se, em Camp David, (o mesmo lugar do acordo de 1979 entre Israel e Egito), nos EUA, mais uma série de negociações entre o primeiro-ministro israelense Ehud Barak e o líder palestino Yasser Arafat. O mundo inteiro torce por eles.

Fontes: Almanaque Terra
Banco de Dados Folha